A beleza é condição que existe por si própria, não requer água tampouco sombra. De outro modo, jamais brotaria no sertão. Entre espinhos e galhos retorcidos, é possível deparar-se com o belo. Talvez não o belo ao qual estejamos habituados, fácil e frondoso, mas sim uma beleza seca, rija.
Curioso é ver que, além da beleza natural, no sertão existe também outra muito mais rara, que é a humana. Como um fio d'água no leito seco lutando para correr ininterrupto, o homem segue por onde lhe permitem, moldado por uma terra que o repele.
A caminhada deste homem é tortuosa e incerta sob o sol duro. Mas, insistente, ele não só caminha, também vive, e deixa pegadas no solo árido.
Apesar de tudo, o sertanejo canta, rima e versa, marcando o chão. Como se sobreviver já não fosse suficientemente belo.
Posfácio da versão patrocinada de Sertão sem fim, livro de fotos do Araquém Alcântara.
18 de out. de 2009
Posfácio para um livro sobre o sertão
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3 comentários:
é teu isso?
a intro tem td a ver com meu tcc! hahahaha
é meu sim senhora, talvez tenha sido apropriação inconsciente...
Se supera a cada linha esse texto.
Inveja boa.
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